Farol

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Cristo é o farol da nossa vida

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Liderança Pastoral Cristã Católica

Liderança:  Sabedoria, Arte, Virtude ou Serviço?
  “O líder que cuida ele mesmo de tudo, que se envolve em qualquer coisinha, já não serve de exemplo nos dias atuais. Entretanto deve ter uma visão geral de tudo.
A crença na boa essência do outro não exige que o líder deva satisfazer-lhe todos os desejos.  
O líder pode absolutamente dizer “não” e chamar a atenção de alguém, quando isto for conveniente; porém sempre de modo a que o outro não se sinta como o perdedor, que ele não seja diminuído ou desvalorizado”. (A Sabedoria dos Monges na Arte de Liderar Pessoas - Anselm Grün)
 
 “A hospitalidade abre a porta e acolhe. A convivência permite sentar juntos, coexistir e intercambiar.
Com a hospitalidade e a convivência é indispensável o respeito diante de cada pessoa humana, de outros povos, de suas culturas, tradições e religiões e diante de cada ser.
 A tolerância passiva representa a atitude de quem aceita a coexistência com o outro não porque o deseje, mas porque não o consegue evitar.
Indiferença: Não vê no outro nada que valha a pena ou o possa interessar. Essa atitude o empobrece porque, caso acolhesse a diferença, poderia aprender e crescer com ela”. (Virtudes para um outro mundo possível, volume II, Convivência, Respeito e Tolerância - Leonardo Boff)
 
Evangelho de S. João 21, 15-17
15. Tendo eles comido, Jesus perguntou a Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais do que estes? Respondeu ele: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta os meus cordeiros. 16.Perguntou-lhe outra vez: Simão, filho de João, amas-me? Respondeu-lhe: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta os meus cordeiros. 17.Perguntou-lhe pela terceira vez: Simão, filho de João, amas-me? Pedro entristeceu-se porque lhe perguntou pela terceira vez: Amas-me?, e respondeu-lhe: Senhor, sabes tudo, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta as minhas ovelhas.
 
Apascentar:  Levar as ovelhas ao pasto, cuidar delas e protegê-las.
Espírito de equipe:   As lideranças devem cuidar para que as equipes priorizem o bem comum, perseguindo os objetivos pré-definidos.
 

Poder: É a faculdade de forçar ou coagir alguém a fazer sua vontade, por causa de sua posição ou força, mesmo que a pessoa preferisse não fazer.
Autoridade: A habilidade de levar as pessoas a fazerem de boa vontade o que você quer por causa de sua influência pessoal. 
Liderança: É a habilidade de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente visando atingir aos objetivos identificados como sendo para o bem comum”. (O Monge e o Executivo - James Hunter)
 

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

História da Catequese no Brasil

ARQUIDIOCESE DE MACEIÓ
INSTITUTO DE FORMAÇÃO ARQUIDIOCESANO BÍBLICO-CATEQUÉTICO

HISTÓRIA DA CATEQUESE NO BRASIL


Luiz Carlos Ramos da Silvaformador – catequista – bacharel em teologia.
Fontes bibliográficas:
ü  Dicionário de Catequética – Paulus.
ü  3ª Semana Brasileira de Catequese – Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética / CNBB.
ü  Revistas de Catequese – ano 31, nº 126 – abril/junho 2009. 

Introdução. A história da Catequese no Brasil, como a história da Igreja, se desenrola juntamente com os momentos vividos no país, desde a sua descoberta pelos portugueses, até a época atual, conforme relatos dos historiadores.
O Padroado português foi instituído durante os Descobrimentos, quando o Papa concedeu a Portugal o exclusivo da organização e financiamento de todas as atividades religiosas nos domínios portugueses e nas terras descobertas pelos portugueses. Por isso, o Rei de Portugal passou a poder construir igrejas e nomear os padres e os bispos, sendo estes depois aprovados pelo Papa. Era também o Chefe de Estado Português que impunha o barrete cardinalício ao Patriarca de Lisboa.
Assim, as estruturas do Reino de Portugal tinham não só uma dimensão político-administrativa, mas também religiosa. Com a criação do Padroado, muitas das atividades características da Igreja Católica eram, na verdade, funções do poder político. Particularmente a Inquisição, que nos Impérios de Portugal e da Espanha (que também beneficiava do regime de padroado) funcionou mais como uma polícia do que a sua função inicial religiosa.
O Padroado português foi muito alterado ao longo dos tempos, mas os seus últimos vestígios foram suprimidos com o desmantelamento do Império Português e com o Concílio Vaticano II (1962-1965), que desencorajava este tipo de organização da Igreja, em que o Estado se intrometia demasiado nos assuntos eclesiásticos.

A catequese no Brasil Colônia (1500 – 1759), Com a expedição de Pedro Álvares Cabral, em 1500, que encontra a terra que mais tarde receberá o nome de Brasil, estavam capelães, coordenados por Frei Henrique Coimbra, que nessas novas terras celebra a Primeira Missa. Em 1549, com Tomé de Souza, primeiro governador, chega o primeiro grupo de jesuítas, tendo à frente padre Manoel da Nóbrega (1517-1570). 1553 acompanha o segundo governador geral, Duarte da Costa, o jovem Jesuíta, de 19 anos, José de Anchieta (1533-1597), natural de Tenerife, nas ilhas Canárias.
A História registra que um dos primeiros catequistas do Brasil foi Pedro palácios (1500-1570), um leigo ermitão, provavelmente muito devoto de São Pedro de Alcântara, que viajou para o Brasil com os primeiros jesuítas e se instalou, em 1558, numa gruta, perto de Vila Velha, onde se originou Vitória, a Capital do Estado do Espírito Santo.
Os colonizadores e colonizados identificavam a cultura européia com o cristianismo. Evangelizar e catequizar eram o mesmo que europeizar, aportuguesar. Tornar os índios cristãos requeria, portanto, torná-los portugueses, em tudo e para tudo, pois eram considerados pagãos e bárbaros inimigos da fé cristã e da civilização trazida pelos portugueses. Aos poucos nasceu e se firmou, no Brasil, a Cristandade Colonial, segundo os moldes da Cristandade Portuguesa medieval.
Podemos dizer eram quatro os métodos usados para a formação e a consolidação da Cristandade colonial no Brasil:
Espontâneo – era o da convivência dos portugueses com a população autóctone, influenciado-a no modo de viver como católico: suas devoções, as festas populares católicas, os casamentos entre os colonizadores e os nativos.
O trabalho dos missionários jesuítas, que organizaram e levaram à frente, de 1549 até 1580, um sistema de catequese, específica para a instrução religiosa dos Índios. Iniciaram, como escreve Nóbrega, a partir de um leigo, em 10 de abril de 1459: “O Irmão Vicente Rijo ensina a doutrina ás crianças cada dia, e, também, tem escola de ler e escrever... Mas foi José de Anchieta o verdadeiro líder deste processo de catequese dos indígenas. As demais Ordens Religiosas, Carmelitas, mercedários, Franciscanos, mesmo sem a catequese sistemática, como faziam os jesuítas, exerceram grande influência na evangelização e manutenção da fé nos colonizadores e nos índios.
Catequese paroquial – os padres, apesar de muito poucos, e mal preparados tinham obrigação de ensinar o catecismo.
Guerra santa – o império tinha o aval da Igreja para combater os inimigos desta fé. No Brasil Colônia esta guerra aconteceu contra os calvinistas e luteranos. Mas, também, contra os índios que se recusavam a ingressar na sociedade portuguesa, o que equivalia a recusar a Igreja.
E este quarto método fazia apelo à Inquisição introduzida em Portugal em 1536, por D. João III e, no Brasil, em 1591. Os suspeitos de heresia, de desrespeito grave aos padrões religiosos e morais do catolicismo da época, eram entregues aos tribunais eclesiásticos (Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre).
A catequese no período da crise da consciência católica (1759-1840). Sebastião José de Carvalho e Mello, Marquês de Pombal, Ministro de D. José I de 1750 a 1777, expulsou a Companhia de Jesus de Portugal e de todas as colônias, por carta datada de 1759. Em conflito com o Vaticano, por assumirem ritos chineses e malabares nas missões da China e Japão, e por resistirem á secularização do pensamento, apoiada no princípio da razão e na nova ciência (Descartes, Newton, Locke), assim como a moderna concepção do Estado, que negava a intervenção papal e da Igreja nos assuntos temporais, os Jesuítas caíram na desgraça do governo português. Depois de ameaçá-los, o Marquês de Pombal confiscou todos os seus bens, e finalmente, com outros líderes da Europa, conseguiu o Papa a extinção da Companhia de Jesus, que foi reabilitada pelo papa Pio VII em 1814.
Nestes 55 anos de silêncio dos jesuítas no Brasil e com as Ordens religiosas em crise, a Igreja ficou profundamente enfraquecida em sua influência social.
Esta crise católica enfraqueceu a Igreja neste período, ocasionando uma lacuna na formação do catolicismo brasileiro, e com certa influência do galicanismo jansenista, no clero. Isso alimentou um movimento entre os padres propondo uma Igreja de cunho nacionalista brasileiro, com um clero não celibatário e num estilo de vida muito semelhante ao dos leigos.
A catequese na reforma católica de índole tridentina (1840 a 1920). A Reforma Tridentina foi introduzida no Brasil apenas em meados do século XIX, quando D. Pedro II iniciava seu reinado, em 1840. O episcopado brasileiro decidiu substituir o tradicional catolicismo lusitano, de cunho medieval e submisso ao Estado, pelo catolicismo de caráter romano, desvinculado do poder civil, e reformado de acordo com as decisões do concílio de Trento (1545-1563), com amplas mudanças na vida do clero, na liturgia (Missal de Pio V), no catecismo (catecismo Romano de Trento) etc. A reforma tridentina aconteceu de 1840 a 1889, tendo sua fase de consolidação nas três primeiras décadas da república, isto é, de 1890 a 1920, com o reforço do Concílio Plenário para a América Latina, em Roma, com Leão XIII (1900), e a renovação da catequese liderada pelo Papa Pio X (1905).
A restauração da influência católica na sociedade (1920-1960). Não foi fácil para a Igreja atuar nas primeiras décadas da República, devido à separação Estado e Igreja, imposta pelo novo regime de governo. Mas, além da quase totalidade do povo ser católico, o zelo pela ordem social sempre manteve a Igreja nas boas graças do governo. Isso encorajou alguns bispos a propor uma afirmação maior da Igreja na sociedade e um novo entendimento oficial com o Governo, sobretudo, no sentido de mútua colaboração para o bem dom o país. O catecismo e o ensino da religião nas escolas do Estado, afirmavam os bispos, eram pilastras fundamentais para a formação do cidadão honesto e cumpridor de seus deveres com a família e a pátria.
A renovação da Catequese sob influência do Concílio Vaticano II (de 1965 em diante). A catequese no Brasil influenciada pelo Plano de Emergência da CNBB, 1962, e, em seguida pela renovação católica desencadeada pelo Concílio Vaticano II (1962-1965) entra num progressivo processo de renovação, com marcos significativos em sua caminhada.
No começo da década de sessenta o Brasil recebe forte influência da catequese francesa, por meio de ex-alunos do Instituto Superior de catequese de Paris (ISPC), que no Brasil criam algo similar, que foi de grande importância para a nossa Igreja: o Instituto Superior de Pastoral Catequética (ISPAC), que se multiplica por diversas capitais do Brasil.
Em julho de 1969, na X Assembléia Geral da CNBB, o Secretariado Nacional de Catequese, em seu relatório, apresenta a necessidade urgente de uma nova imagem da catequese, que ultrapasse o nocionismo e as memorizações para a redescoberta da mensagem cristã e do compromisso com a missão profética da Igreja. Uma catequese encarnada na vida pessoal e comunitária do homem, que vive e atua na família, na profissão, na política, na cultura.  DICIONÁRIO DE CATEQUÉTICA - PAULUS
Em 15 de abril de 1983, foi aprovado, durante a 21ª Assembléia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, o documento Catequese Renovada: orientações e conteúdos, trazendo novas formas de se pensar e de se fazer a educação da fé.
Entre 13 e 18 de outubro de 1986, na Vila Kostka, em Itaici, Idaiatuba, São Paulo, realizou-se a 1ª Semana Brasileira de Catequese, com o tema central “Fé e vida em comunidade: renovação da Igreja e transformação da sociedade”.
Em 2001, nos dias 8 a 12 de outubro, foi realizada a 2ª SBC, em Itaici (SP), com o tema central “Com adultos, catequese adulta” e o lema “Crescer rumo a maturidade em Cristo (Ef 4, 13)”.
2005, na 43ª Assembléia Geral dos Bispos do Brasil, entre os dias 9 e 17 de agosto, foi aprovado o texto do documento 83, Diretório Nacional de Catequese.
O objetivo geral do Diretório Nacional de Catequese é apresentar a natureza e a finalidade da catequese, traçar os critérios de ação catequética, orientar, coordenar e estimular a atividade catequética nas diversas regiões. Pretende, para tanto, estabelecer princípios bíblico-teológicos para promover e impulsionar a renovação da mentalidade catequética; orientar o planejamento e a realização da atividade catequética; coordenar as diversas iniciativas catequéticas; estimular e articular a ação catequética com as outras dimensões da pastoral.
2006, a 44ª Assembléia Geral da CNBB proclamou 2009 como o Ano Catequético Nacional, com o tema “Catequese, caminho para o discipulado”, inspirado no Documento de Aparecida (2007). O lema “Nosso coração arde quando Ele fala, explica as Escrituras e parte o pão (cf. Lc 24, 32.35)” apresenta a jornada dos discípulos de Emaús como iluminação para a prática catequética.
A preparação para o Ano Catequético Nacional foi organizado em três momentos, sempre tendo como eixo propulsor o Diretório Nacional de Catequese:
2007 – a fase da realidade e sensibilidade, tendo como palavra-chave “Encontro” e como fio condutor “Aprender caminhando com o Mestre”.
2008 – a fase do aprofundamento, com a palavra-chave “Aprofundamento” e como fio condutor “Aprender ouvindo o Mestre”.
2009 – o momento de celebração e ação, com as palavras-chave “Eucaristia – Missão”. 3ª SEMANA BRASILEIRA DE CATEQUESE – INICIAÇÃO A VIDA CRISTÃ – COMISSÃO EPISCOPAL PASTORAL PARA A ANIMAÇÃO BÍBLICO-CATEQUÉTICA – CNBB
Gestação de novo tipo de Catecismo.Na família, a espera pela criança que vai nascer atinge todos e tudo. É um pouco o que se dá com o projeto de um novo catecismo local, a ser imaginado, programado e gestado com os olhos atentos às novas situações em que ele vai nascer. Todos somos convidados a colaborar, cientes de que enfoques, programação, subsídios, não podem mais ser os mesmos de 10 anos atrás. Fiéis ao passado, mas sem nos prendermos a ele, vamos pensar:
1.      Como aproveitar as chances de renovação que a pós-modernidade nos oferece?
2.      Como discernir o que é prioritário no momento atual?
3.      Como resistir profeticamente ao que é inaceitável para nós?
4.      Como preparar-nos para o diferente que já vem vindo?
5.      Quais são os efeitos do multiculturalismo sobre as novas gerações?
6.      Como respeitar lacunas e deficiências inerentes à processualidade da busca religiosa, sem fazer concessões indevidas, que podem dar a impressão de barateamento da fé?
7.      Como programar a catequese, nas diversas faixas etárias e situações, tendo em mente essas preocupações?
Pe. WOLFGANG GRUEN, SALESIANO, REVISTA DE CATEQUESE, ANO 31, Nº 126, ABRIL-JUNHO 2009, UNISAL, CENTRO UNIVERSITÁRIO SALESIANO DE SÃO PAULO.